O Caminhos Literários no Socioeducativo: pelo direito à cultura é uma das estratégias que compõem a ação de Fomento à Cultura do Programa Fazendo Justiça. Coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o projeto visa enfrentar os desafios no campo da privação de liberdade.
No Piauí, participaram as unidades socioeducativas Centro Educacional Masculino, Semiliberdade e Centro Educacional Feminino . Todas as unidades fizeram atividades culturais no dia doze de julho e, no dia dezesseis, a semiliberdade apresentou um vídeo sobre o projeto de grafite. A ideia do evento é fomentar a cultura no sistema socioeducativo, tendo os adolescentes como protagonistas e fazedores de cultura.
Josi Vieira, professora de letras em inglês do estado, lotada no Centro Educacional Feminino, destacou a importância da dança no desenvolvimento das meninas: "Acreditamos que a dança traz alegria e felicidade, é uma forma das meninas se expressarem e de conhecermos a realidade e vivência delas. Trabalhamos a coordenação motora, ritmo, agilidade, criatividade e autoconhecimento. As aulas de dança elevam a autoestima e promovem uma boa relação entre elas e com as educadoras."
Em seguida, o projeto “Caminhos Literários” foi realizado no Centro Educacional Masculino. A programação incluiu apresentações folclóricas, quadrilha e uma oficina de dança breaking, proporcionando uma experiência cultural diversificada. As atividades destacaram as tradições culturais brasileiras e incentivaram a expressão criativa dos jovens.
Sônia Terra, Superintendente de Direitos Humanos da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Diretos Humanos (Sasc), ressaltou a relevância do projeto: "Caminhos Literários, organizado pelo CNJ, é crucial para despertar a questão cultural, promovendo a integração dos adolescentes com a arte e a cultura. Sabemos o quanto a cultura é importante, abrindo caminhos para a criatividade, raciocínio rápido e maior sensibilidade. Este projeto unifica o Brasil inteiro, organizando atividades semelhantes em diferentes espaços e realidades, com o objetivo de destacar a importância da arte e da cultura, especialmente do ponto de vista literário."
Amanda Pinheiro, Coordenadora Técnica do Semiliberdade, também comentou sobre o impacto das atividades: "Eles receberam com bastante empolgação. No primeiro trabalho, uma atividade autogestionada, eles foram ao cinema. Agora, estamos apresentando um projeto de grafite, onde puderam expressar através da arte e da cultura de rua as emoções, desejos e visões para o futuro."
A secretária da SASC, Regina Sousa, também elogiou a iniciativa: "Foi uma iniciativa muito boa, porque é um tipo de literatura e linguagem apropriada para os meninos que estão no sistema socioeducativo. Eles se expressam na arte, na dança, na revista em quadrinhos, nos poemas. No próximo, vou sugerir que incluam o cordel nordestino. Esses meninos se sentem bem, com a autoestima elevada, sabendo que estão sendo assistidos pelo Brasil inteiro”, pontuou a Secretária.