A superintendente de Igualdade Racial e Povos Originários, Assunção Aguiar, comentou, nesta sexta-feira (28), os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022 para a população quilombola residente no Brasil, divulgados pelo IBGE, que apresentam o Piauí como o estado que tem a sétima maior população quilombola do Brasil.
O estado com o maior quantitativo quilombola foi a Bahia, com 397.059 pessoas, seguido do Maranhão, com 269.074 pessoas. Somando a população quilombola da Bahia e do Maranhão, temos um total de 666.133 pessoas, o que equivale a 50,17% da população quilombola total do país. O Distrito Federal foi a unidade da federação com o menor quantitativo de quilombolas, com 305 pessoas. Os estados de Roraima e do Acre foram os únicos que não apresentaram população quilombola.
De acordo com o Censo Demográfico, há de cerca de 10,5 mil domicílios quilombolas no Piauí, sendo Fartura do Piauí o município com maior percentual de quilombolas no total da sua população.
Para A superintendente da Sasc, Assunção Aguiar, o Brasil vive um momento Histórico. “Pela primeira vez o IBGE fez o Censo da população Quilombola. E no Piauí não foi diferente. A gente hoje tem o retrato de onde e como essa população vive. Isso é importante porque a gente vai ter, a partir desses dados, condições de pensar ações de políticas públicas para que a gente possa cada vez mais melhorar a vida dessa população”, comenta a superintendente.
Assunção considera importante destacar que mesmo sem os dados ainda divulgados, a Sasc, por meio das suas superintendências, diretorias e políticas de assistência, já trabalhava ações para garantir cidadania para esta população: “Agora o que melhora nisso é que hoje gente tem um olhar e sabermos quantos cidadãos e cidadãs tem no estado do Piauí, ou pelo menos aproximadamente, que são pessoas que se autodeclararam quilombolas. Então é de grande alegria para nós, que fazemos a gestão de políticas para a promoção da igualdade racial do governo de estado através da Sasc”.
Um dos grandes desafios desta população é exatamente o seu reconhecimento e consequente demarcação de Terra. O IBGE mostrou que o Território quilombola de Lagoas, no Piauí, tem hoje a 3ª maior população dos territórios quilombolas oficialmente delimitados do país e ainda, apenas um em cada quatro quilombolas do Piauí reside em Território Quilombola oficialmente delimitado. “Nós que fazemos a política de promoção da Igualdade racial ficamos muito felizes com esse novo momento de termos hoje dados estatísticos com os quais a gente possa estar fidelizando as ações porque é a partir de dados do IBGE que a gente tem condição de dizer que existimos. Por isso consideramos esse momento como de grande relevância”, diz Assunção Aguiar.
No Brasil foram contadas 1.327.802 pessoas quilombolas, residindo em territórios quilombolas oficialmente delimitados ou não, o que correspondia a 0,65% da população do país. No Piauí foram contadas 31.686 pessoas quilombolas, o que representa cerca de 0,97% da população do estado, indicador superior à média do país. Em termos quantitativos, o Piauí tem a sétima maior população quilombola do Brasil.
Uma das ações mais relevantes desenvolvidas hoje pela Sasc, considera Assunção, é a busca ativa: “Temos feito busca ativa para que essa população se escreva no CadUnico. Através do CadUnico nós vamos ter condições de saber também o perfil dessas pessoas”, explica ela.
A Superintendente destaca ainda que a Sasc está realizando o mapeamento dos terreiros do estado e realizando cursos para elaboração de projetos nas comunidades. O curso é uma parceria da Sasc e Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), e tem por objetivo levar para moradores e lideranças das comunidades quilombolas do Piauí capacitação técnica para a elaboração de projetos para captação de recursos.